Thursday, September 21, 2006

Can


CAN

Performance de Vera Mota 

21 Setembro 2006 – 21h
Entrada livre

"Esta acção parte de uma reflexão sobre a condição da mulher e a possibilidade da sua afirmação numa sociedade dominada por homens; e não pretende ser mais do que um comentário. Pretendo, a partir da apreensão de gestos do quotidiano, subverter ideias e construções sociais que atribuem à mulher determinada função ou estatuto. Um jogo de poder com ecos de desejos – da perversão do conteúdo de uma lata retirada do contexto doméstico, à tentativa de ingestão de um filme porno como estimulante sexual."
Vera Mota

"Ao que assiste o espectador que vê “Can”?
Podemos pensar que estamos perante uma demonstração, uma acção promocional, que poderia acontecer até num estúdio televisivo. Somos interpelados por uma figura que nos olha, nos mede com o seu olhar, sem que acedamos ao seu pensamento. As acções subsequentes vão introduzir a disrupção na austeridade da cena, numa performance em que nem o aplauso, o agradecimento final, proporciona o apaziguamento. A palavra inglesa can que é adoptada para título encontra a sua primeira, e mais imediata, explicação na embalagem em lata que a performer manipula. Mas é nessa manipulação dos objectos e no jogo de poder associado, em que a performer nos implica também a nós espectadores, que a palavra encontrará um relevo maior: quem pode e pode o quê? Who can and what can they? Esta performance tem óbvias – e desejáveis - ressonâncias dos discursos feministas, tanto académicos como artísticos, que encontra expressão, nomeadamente, no plano do desejo, no intercâmbio dos seus objectos e sujeitos. Os aspectos de critica presentes no trabalho são-no por uma via de uma estimulante ironia. Em “Can” sorri-se; nós e a performer. Mas de quê?"
Francisco Camacho

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